Liberalismo e ESG

Artigos | 16/06/2023

Roberto Walter, associado do IEE

ESG (em português, ASG, de Ambiental, Social e Governança) é uma forma liberal de incentivar a moralidade das pessoas e empresas. Um dos preceitos maiores do liberalismo dita que a liberdade de qualquer pessoa acaba onde começa a liberdade do próximo. A poluição das águas não afeta o próximo? Uma suposta aceleração do aquecimento global não afeta o próximo?

Para investidores e empresas, ESG pode significar uma antecipação de riscos e oportunidades, tal como novas tendências dos consumidores, e pode representar situações de lucro versus moralidade. Por exemplo, no período em que a escravidão era permitida por lei, as empresas estavam corretas em ter escravos? Não. Estavam erradas, pois invadiam a liberdade de um ser humano. Se, na época, houvesse uma conscientização social, talvez tivesse havido menos escravatura (e menos empresas). Assim como não deveria ser necessária a lei para sabermos que escravatura é errado, não precisamos de leis para saber que poluir os rios e a atmosfera é errado.

Ah, mas isso vai encarecer o custo de vida gerando pobreza e fome! Também não. A sobrevivência vem antes da moral. Aqueles que não podem pagar mais por um produto “verde” devem comprar o produto mais barato e não verde. Não devemos proibir a produção de produtos que utilizam energia fóssil mais barata. Cabe ao consumidor escolher se compra o produto mais ou menos moral. Quem não tem condições financeiras de escolher compra o mais barato e não deve ser julgado por isso. Por exemplo: você vê, na gôndola do supermercado, duas caixas de leite, ambas de fabricantes renomados: uma custa R$ 4,20; a outra, R$ 4. A diferença? A primeira usa energia solar na fabricação, e a segunda, carvão. Qual você compraria?

A questão ESG é recente, a sociedade está passando por um momento de aprendizado, e exageros estão acontecendo. Um exemplo é a prioridade das minorias em contratações: assim como o preconceito não faz sentido, dar prioridade também não faz. As empresas devem ser neutras. Outro exemplo é a repressão das energias fósseis, o que prejudica os mais pobres: isso deve ser deixado para as leis de mercado. Erros fazem parte do processo até chegarmos aos melhores termos para todos. No final das contas, quem deve impulsionar as diretrizes de ESG são os consumidores, e não os governos.

 
Artigo publicado originalmente no Jornal do Comércio em 15/06/2023

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