Artigos | 18/06/2025
Tiago Dinon Carpenedo, Presidente do IEE
O prestigiado e polêmico biólogo britânico Richard Dawkins cunhou o termo “meme” como uma derivação de “gene”, em uma obra de 1976. Na concepção do autor, meme descreveria ideias e comportamentos que se propagam culturalmente, de forma evolutiva.
Quase 50 anos depois, uma minoria conhece Dawkins e sua teoria do meme. No entanto, é difícil encontrar alguém que não tenha dado boas gargalhadas e compartilhado memes com amigos, familiares e colegas de trabalho.
Com essa certa politização de tudo, temos visto uma enxurrada de memes de governantes em todo o mundo. No Brasil, o “memeado” e “memeável” é Fernando Haddad. Trocadilhos com o ministro da Fazenda são abundantes nas redes sociais e no WhatsApp.
Independentemente da sua avaliação pessoal sobre os rumos da política econômica proposta pelo ministro, é possível dar boas gargalhadas com algumas montagens e piadocas que o relacionam a todo tipo de tentativa para incrementar a taxação sobre a população.
Há o ditado que diz que toda brincadeira tem um fundo de verdade. No caso de Haddad, antes das piadas, desenvolveu-se o fundo de verdade: as políticas fiscais do governo federal perderam credibilidade. A PEC da Transição estreou a falta de compromisso fiscal; a edificação ocorreu com a derrubada do teto de gastos; depois, foi o “imposto das blusinhas”.
A trapalhada mais recente, envolvendo o aumento do IOF, segue a esteira de um governo que teima em não ouvir o recado popular de que o brasileiro não aguenta mais aumento de impostos.
A despeito do tratamento humorístico do tema, cabe destacar que a irresponsabilidade fiscal é assunto seriíssimo. O desequilíbrio orçamentário custa caro para o Brasil a curto, médio e longo prazos.
O Estado deve buscar eficiência e desburocratização. Fazer mais com menos. O equilíbrio orçamentário precisa vir por meio do corte de gastos.
Ao insistir no aumento de tributos, o governo não escuta o anseio dos brasileiros, nega fundamentos econômicos básicos e segue alimentando a próxima onda de memes.
Artigo publicado originalmente no Jornal Zero Hora em 18/06/2025